sexta-feira, 27 de maio de 2011

Manipuladora semi-automática

"Aquele que tomas como teu líder reflete os limites onde almeja cravar sua flâmula... fronteira que separa a revolução da mediocridade, a superação da imbecilidade..."

Quais de seus ideais de fato são teus? De que solo as suas raízes nutrem a copa de sua personalidade? Quanto de você ainda existe em você? Quantas vezes já retornou para resgatar aquela parte tua que abandonaste para agradar ao outro?

Manter uma opinião individual é ser egóico e pecador em um cenário onde a punição é um Armagedoom eterno cheio de fogo e culpa em que a salvação finge estar escondida na aceitação de idéias coletivas que te fazem peão do xadrez imaginário manipulado por um único jogador... Num tabuleiro onde as casas denotam "tempo" e as cores convergem de uma aquarela em tom espectral... E assim acreditaste que a um único lado deve a suas honras... Que lado? Que honras? Manipulado? Jamais!

Que o dado se deite e abra suas abas para que brinque de amarelinha fazendo-te crer que os algarismos da matemática que te alienou estampados no solo... Existem apenas do 0 ao 9.
Lutamos vorazmente para defender o conforto descartável que nos viciou em detrimento da fagulha que restou de nosso fogo interior... Mórbida, moribunda tão sustentável quanto a chama de um palito de fósforo.

Pagamos profetas, filósofos e pensadores para que por nós idealizem um mundo virtual ao nosso gosto, repleto de erudição e complexidade a ponto de nos ocupar com centenas de possibilidades de interpretação e promoção de nosso ego ao repeteco cuspido daquilo que se quer foi avaliado, é a quarteirização da inteligência recebida como presente divino... É abdicar da consciência sagaz que foi imputada sabe lá em que momento da eternidade. E quais as suas possibilidades se a visão obtusa não permite ver além do meandro de um canto... Se a memória que acompanha, não lhe remete além da placenta que um dia ocupou.

Pois bem, aposte tudo que tem num jogo de cartas estampadas por paradigmas insustentáveis e voláteis repletos de crenças fundadas no alicerce da incompreensão. Zomba hoje daquilo que você foi, pois amanhã quando retornar a tua morada, zombará do que é hoje. Livre Arbítrio tornou-se apenas um produto-idéia comprado pelos cidadãos do mundo moderno numa destas barracas chinesas com a intenção de manter na boca o sabor da real liberdade vendida a preço de pechincha no decorrer de nossas peregrinações pelos brechós nomeados por nós como "existência"... Manipulado? Quem, eu? Pois (seja feita a vossa vontade).

Triste aquele que sabe ler, pois um pingo representará sempre o pingo que vossa escola lhe ensinou... Feliz aquele que nunca aprendeu a ler, pois o mesmo pingo não passará de uma mancha no papel.

| Atenciosamente ; Lontra Voadora |
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