Eu esqueço, mas esqueço porque enterro em mim...
Cravo a pá tão fundo que cada pedaço que tiro do meu coração grita,
Me odeia e me sangra em troca...
Porque? se servem apenas para cobrir e dividir o espaço com aquilo que enterro vivo em mim...
Esqueço, porque lembrar me devolve o medo dos fantasmas vivos de algo que nunca matei...
Seria bom se viesse... se alguma luz me asediasse por trás do céu escuro...
Mas não vem... mas não espreita... o tempo muda mas não melhora...
Só me observa quieto em castigo...
Eu olhando para ele e ele olhando para mim... enquanto apenas passa
Espero em uma paz absurda... quase verdadeira.
Deixo este passado que nunca existiu, pois nasceu passado...
Em memória dedico aos meus sentimentos... às minhas emoções,
E àquele velho jovem fraco e medroso, que deixei pelo caminho,
... o meu lado Caim.
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